A exposição solar ajuda na produção de um componente essencial ao
organismo, a vitamina D, que é uma importante aliada da saúde dos ossos,
pois influencia na absorção de cálcio, e é necessária em todas as fases
da vida, principalmente na infância, época em que cerca de 90% da massa
óssea se desenvolve. Por isso é muito importante que os bebês tomem
sol.
Os benefícios são tantos que a Sociedade Brasileira de Pediatria
dobrou a recomendação de vitamina D para crianças e adolescentes,
alterando a dose diária indicada de 200 para 400 UIs (cada UI equivale a
40 microgramas).
Mas é preciso ter cuidado, pois, em contrapartida, a poluição, o
clima seco das grandes cidades e a incidência de raios ultravioletas
podem servir como obstáculos. “A recomendação é de exposição solar a
partir da segunda semana de vida, 30 minutos por semana com a criança
usando apenas fralda, de seis a oito minutos por dia, três vezes na
semana; ou 2 horas por semana, expondo apenas a face e as mãos da
criança, sendo 17 minutos por dia”, explica a pediatra do Hospital
Villa-Lobos, Camila Lemiechek Orellana. “Os bebês de até 18 meses devem
receber também suplementação medicamentosa de vitamina D como prevenção,
uma vez que nesta idade as crianças ainda não são expostas ao sol com
tanta regularidade”, completa.
Além do papel já reconhecido na preservação da estrutura óssea e no
metabolismo do cálcio, evitando fraturas e osteoporose na vida adulta e o
raquitismo nas crianças, estudos mais recentes apontam para outros
benefícios da vitamina D, especialmente em relação à melhora da
imunidade e prevenção de doenças autoimunes, como diabetes tipo I e
esclerose múltipla, e até alguns tipos de câncer (mama, próstata,
cólon). “Para aproveitar os benefícios da vitamina D as mães devem ter
alguns cuidados no momento da exposição solar, principalmente em relação
à hidratação do bebê. Deve-se oferecer bastante água, usar roupas leves
e estar atento aos sinais de desidratação, como urina escassa e escura,
olhos encovados, choro sem lágrima, irritabilidade, moleira funda,
saliva espessa e boca seca”, orienta.
Existem também alimentos que são fontes de obtenção da vitamina D,
mas a pediatra explica que menos de 10% é proveniente de fontes
alimentares, o que torna o ato de tomar sol ainda mais efetivo. A
deficiência da vitamina no organismo pode levar a problemas como atraso
no desenvolvimento, baixa estatura, falência de crescimento, dor óssea,
fraturas, atraso na erupção dentária, suscetibilidade a infecções e
distúrbios respiratórios e cardíacos. “Esses sinais devem ser
diagnosticados pelo pediatra, nas consultas de rotina, e esta é a
recomendação mais importante a ser dada aos pais”, afirma.
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