26 de abr. de 2013

Como contar à seu filho que vai ter um irmãozinho

É supercomum que o irmão mais velho sinta ciúme da chegada do novo bebê. Antes, ele era o centro das atenções e o xodó do papai e da mamãe e, agora, terá de dividir o carinho e o cuidado com o novo filho. Algumas crianças podem voltar a ter atitudes infantis, como fazer birra ou xixi nas calças, em uma tentativa de chamar a atenção dos adultos. Outras podem tornar-se agressivas em relação ao irmãozinho, dando tapas ou derrubando do carrinho. Minimizar o trauma e tornar essa experiência agradável para o irmão mais velho é uma responsabilidade exclusiva dos pais, que devem preparar a criança para este momento.


Segundo a especializada em desenvolvimento infantil Teresa Ruas, consultora Fisher-Price, tudo depende da criação. “A forma como os pais estabeleceram anteriormente a relação entre amor e respeito, limite e liberdade e deveres e direitos na educação do filho mais velho é que determinará a maneira como ele expressará o ciúme e a sua adaptação frente ao novo papel na família. De repente, se esta criança sempre teve a permissividade para fazer tudo o que desejou sem os necessários limites, ela e os pais terão mais dificuldades em abordar o assunto”, explica. Teresa acredita que o momento ideal para contar à criança sobre a chegada do bebê é assim que a notícia for confirmada e a mãe já tiver passado pelo período crítico de chances de abortos espontâneo. “Os pais devem ser o mais verdadeiro e honesto possível. Eles têm de demonstrar ao filho mais velho que amam cada um dos filhos e que será divertido e prazeroso receber mais uma criança em casa”, aconselha.
No primeiro encontro dos irmãos, devem estar presentes apenas os componentes “reais” da família, ou seja, pais e filhos. De acordo com a especialista, é importantíssimo que os pais respeitem e acolham as expressões, os sentimentos e os comportamentos do filho mais velho. “Impor ou forçar algum comportamento específico não é indicado para este momento, pois, assim como os pais precisaram de um tempo para conhecer o filho que acabou de chegar, o irmão mais velho também precisa de tempo para compreender melhor esta mudança”, esclarece.
É importante que os pais demonstrem compreensão, mas não sejam permissivos. Teresa destaca que a birra de uma criança de dois ou três anos é diferente de uma criança de 10, e que, por isso, é necessário entender como é a compreensão afetiva de cada fase e estabelecer os limites e direitos de acordo com isso.
Passada a fase de reconhecimento do novo irmão, o ideal é que a mãe consiga dividir o tempo de acordo com a demanda de cada filho. “Sei que é difícil, mas, enquanto o recém-nascido dorme, esteja presente e seja participativa nas atividades do mais velho. Convide o irmão mais velho para ajudar a cuidar do mais novo: ele se sentirá prestativo”, recomenda a especialista.

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