É supercomum que o irmão mais velho sinta ciúme da chegada do novo bebê. Antes, ele era o centro das atenções e o xodó do papai e da mamãe e, agora, terá de dividir o carinho e o cuidado com o novo filho.
Algumas crianças podem voltar a ter atitudes infantis, como fazer birra
ou xixi nas calças, em uma tentativa de chamar a atenção dos adultos.
Outras podem tornar-se agressivas em relação ao irmãozinho, dando tapas
ou derrubando do carrinho. Minimizar o trauma e tornar essa experiência
agradável para o irmão mais velho é uma responsabilidade exclusiva dos
pais, que devem preparar a criança para este momento.
Segundo a especializada em desenvolvimento infantil Teresa Ruas,
consultora Fisher-Price, tudo depende da criação. “A forma como os pais
estabeleceram anteriormente a relação entre amor e respeito, limite e
liberdade e deveres e direitos na educação do filho mais velho é que
determinará a maneira como ele expressará o ciúme e a sua
adaptação frente ao novo papel na família. De repente, se esta criança
sempre teve a permissividade para fazer tudo o que desejou sem os
necessários limites, ela e os pais terão mais dificuldades em
abordar o assunto”, explica. Teresa acredita que o momento ideal para contar à criança sobre
a chegada do bebê é assim que a notícia for confirmada e a mãe já tiver
passado pelo período crítico de chances de abortos espontâneo. “Os pais
devem ser o mais verdadeiro e honesto possível. Eles têm de demonstrar
ao filho mais velho que amam cada um dos filhos e que será divertido e
prazeroso receber mais uma criança em casa”, aconselha.
No primeiro encontro dos irmãos, devem estar presentes apenas os
componentes “reais” da família, ou seja, pais e filhos. De acordo com a
especialista, é importantíssimo que os pais respeitem e acolham as
expressões, os sentimentos e os comportamentos do filho mais velho.
“Impor ou forçar algum comportamento específico não é indicado para este
momento, pois, assim como os pais precisaram de um
tempo para conhecer o filho que acabou de
chegar, o irmão mais velho também precisa de tempo para compreender
melhor esta mudança”, esclarece.
É importante que os pais demonstrem compreensão, mas não sejam
permissivos. Teresa destaca que a birra de uma criança de dois ou três
anos é diferente de uma criança de 10, e que, por isso, é necessário
entender como é a compreensão afetiva de cada fase e estabelecer os
limites e direitos de acordo com isso.
Passada a fase de reconhecimento do novo irmão, o ideal é que a mãe
consiga dividir o tempo de acordo com a demanda de cada filho. “Sei que é
difícil, mas, enquanto o recém-nascido dorme, esteja presente e seja
participativa nas atividades do mais velho.
Convide o irmão mais velho para ajudar a cuidar do mais novo: ele se
sentirá prestativo”, recomenda a especialista.
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