11 de nov. de 2013

HPV: saiba o que é e qual o tratamento

O Papilomavírus humano ou HPV é um vírus de transmissão preferencialmente sexual, considerado como a DST (doença sexualmente transmissível) mais frequente no mundo.

São vírus capazes de induzirem a formação de verrugas, principalmente em pênis, escroto, ânus, vagina e colo do útero.


Como é contraído o HPV?
A transmissão do Papiloma Vírus Humano (HPV) é por contato direto com a pele infectada.  Os HPV genitais são transmitidos por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus.
A transmissão do  HPV se faz por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A maioria das vezes (95%) são transmitidos através da relação sexual, mas em 5% das vezes poderá ser através das mãos contaminadas pelo vírus, objetos, toalhas e roupas, desde que haja secreção com vírus vivo em contato com pele ou mucosa não íntegra.
Há alguma diferença na transmissão entre homens e mulheres?
A transmissão da infecção pelo HPV independe do sexo, sendo facilmente transmitidas do homem para a mulher e vice-versa e até mesmo nas relações homossexuais. Entretanto, devido às características genitais diferentes, as manifestações e complicações desta infecção são mais frequentes nas mulheres.

Os HPV são facilmente transmitidos?
A taxa de transmissibilidade depende tanto dos fatores virais quanto do hospedeiro, mas de uma forma geral, o risco de transmissão é de 65% para as lesões verrucosas e 25% para as lesões sub-clínicas. Como nas infecções latentes não há expressão viral, estas infecções não são transmissíveis. Porém, a maioria das infecções são transitórias. Na maioria das vezes, o sistema imune consegue combater de maneira eficiente esta infecção, alcançando a cura, com eliminação completa do vírus, principalmente entre as pessoas mais jovens. A maioria das pessoas infectadas com o HPV desenvolvem anticorpos que poderão ser detectados no organismo, mas nem sempre estes são suficientemente competentes para proteger contra uma nova infecção.

O que acontece quando tenho o HPV?
Em 80% dos casos a infecção é subclínica, ou seja, não aparecem verrugas visíveis ao exame clínico. Nos outros 20% ocorrem aparecimento de placas ou verrugas genitais e/ou anal, que precisam ser avaliadas por um especialista para o correto diagnostico.
É importante ressaltar que a maioria das infecções é combatida pelo nosso organismo, mas em alguns casos não é o suficiente para eliminar os vírus, podendo o indivíduo se tornar portador crônico, sem manifestações clínicas da doença.

Como é o diagnóstico e tratamento do HPV?
É feito através da historia clinica, exame físico e avaliação laboratorial (citopatologia) das lesões encontradas. No caso das lesões subclínicas, exames específicos (captura híbrida) podem ajuda a diagnosticar, porém somente são realizados quando existem indicações.
Na mulher, o exame preventivo ginecológico é fundamental devido à forte associação com o câncer de colo do útero.
O tratamento pode ser feito de varias maneiras, sendo individualizado para cada caso. Somente após avaliação especializada é definida a conduta a ser adotada.

Em que locais do corpo são encontrados os HPV?
As lesões clínicas mais comuns ocorrem nas regiões ano-genitais como vulva, vagina, ânus e pênis. Porém, esta infecção pode aparecer em qualquer parte do nosso corpo, bastando ter o contato do vírus com a pele ou mucosa com alguma lesão (não íntegra). Manifestações extra-genitais mais freqüentes são observadas na cavidade oral e trato aéro-digestivo, tanto benignas quanto malignas. Uma lesão particularmente agressiva ocorre em crianças ou adolescentes que foram contaminados no momento do parto, desenvolvendo lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe (papilomatose laringéia recorrente), sendo necessário inúmeros tratamentos cirúrgicos.

Como são essas infecções?
As lesões clínicas mais comuns na região genital masculina e feminina são as verrugas genitais ou condilomas acuminados, popularmente conhecidas como "crista de galo" ou “cavalo de crista”. Já as lesões sub-clínicas não apresentam qualquer sintomatologia, podendo progredir para o genital caso não sejam diagnosticadas e tratadas precocemente.                           

Qual é o risco de desenvolver câncer do colo de útero?
Estudos epidemiológicos têm mostrado que, apesar da infecção pelo papilomavírus ser muito comum ( média de 25% das mulheres brasileiras estão infectadas pelo vírus), somente uma pequena fração (1%) das mulheres infectadas com um tipo de HPV de alto risco oncogênico irá desenvolver o câncer do colo de útero.

Há algum fator que aumenta o risco de desenvolver câncer do colo de útero?
Sim. Fatores que estarão associados à alteração da resposta imune em nosso organismo, tais como múltiplas gestações, uso de contraceptivos orais de alta dose por tempo prolongado, tabagismo, infecção pelo HIV, quimioterapia, radioterapia, tratamento com imunossupressores e outras doenças sexualmente transmitidas (como herpes simples e chlamydia).

Como se previne esta infecção ?
Como a forma mais freqüente de aquisição da infecção é sexual, as medidas de prevenção das DST são as  mais importantes, tais como:
Uso do preservativo (camisinha) nas relações sexuais.
Evitar ter muitos parceiros ou parceiras sexuais.
Realizar exame ginecológico periódico (ideal a cada 6 meses).
Realizar o exame de Papanicolaou pelo menos uma vez por ano.
É importante ressaltar que o uso do preservativo, apesar de prevenir a maioria das DST, não impede totalmente a contaminação pelo  HPV, pois, freqüentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (raiz da coxa, perianal, etc).

O que é a vacina contra o HPV?                                                                
A vacina anti-HPV é um produto manufaturado pelas técnicas atuais de engenharia genética. Produzida através do gen do HPV que sintetiza a cápsula do vírus em laboratório, a vacina anti-HPV (monovalente, bivalente ou quadrivalente) nada mais é do que a cápsula do vírus sem o conteúdo genético (portanto, incapaz de induzir infecção) que é inoculado no indivíduo para estimular a produção de anticorpos que irão proteger contra a infecção no momento do contato com o vírus.

Como ela funciona?
Estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.

Como ela é feita? Existe risco de infecção pela vacina?
Não, este risco não existe. No desenvolvimento da vacina conseguiu-se identificar a parte principal do DNA do HPV que o codifica para a fabricação do capsídeo viral (cápsula viral - parte que envolve o genoma do vírus). Depois, usando-se células vivas como um fungo (Sacaromices cerevisiae),insetos ou bactérias obtem-se apenas a “capa” do vírus, que em testes preliminares mostrou induzir fortemente a produção de anticorpos quando administrada em seres humanos. Essa “capa” viral, sem qualquer gen em seu interior, é chamada de partícula semelhante a vírus ( em inglês, vírus like particle – VLP). O passo seguinte foi estabelecer a melhor quantidade de VLP e testá-la em humanos, capaz de prevenir as lesões induzidas pelos diferentes tipos de  HPV.

Quais os riscos da infecção por HPV em mulheres grávidas?                        
A infecção HPV não interfere na  formação do feto nem impede o parto vaginal (parto normal). A via de parto (normal ou cesariana) deverá ser determinada pelo médico após a análise individual de cada caso. As mulheres infectadas pelos HPV que causam verrugas genitais (principalmente HPV 6 e 11) apresentam um risco mínimo de transmissão destes vírus para seu bebê que poderá desenvolver estas lesões no trato respiratório (papilomatose respiratória recorrente).

É necessário que o parceiro sexual também faça os exames preventivos?
O fato de ter mantido relação sexual com uma mulher com infecção por papilomavírus não significa que obrigatoriamente ocorrerá transmissão da infecção. A infectividade deste vírus é em média de 65%. Obviamente, a continuidade da exposição irá aumentar progressivamente este risco. De qualquer forma, em caso de dúvida, recomenda-se procurar um médico para um exame mais detalhado.

Que fatores podem acelerar a progressão da infecção HPV para uma lesão tumoral?
A progressão da infecção HPV para lesões pré-cancerosas e câncer está  condicionada a fatores relacionados ao vírus (tipo do vírus, quantidade viral, persistência da infecção) e fatores relacionados ao hospedeiro, relacionados principalmente à imunidade (tabagismo, uso de contraceptivos orais de alta concentração hormonal par muitos anos, multiparidade, imunossupressão).

Todos os tipos de papilomavírus podem se transformar em um tumor maligno?
Não. Os tipos mais comumente associados às verrugas, na sua grande maioria, não são os mesmos encontrados nos tumores malignos. Daí a classificação dos HPV em tipos de baixo e de alto risco oncogênico. Assim, os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria dos condilomas genitais e papilomas laríngeos, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade, apesar de serem encontrados em pequena proporção de tumores malignos. Os vírus de alto risco (HPV tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros) têm probabilidade maior de persistir e estar associados a lesões malignas.

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