23 de set. de 2014

As queixas mais frequentes durante a gestação


A maioria das queixas apresentadas a seguir diminui ou desaparece sem o uso de medicamentos. Os medicamentos devem ser evitados ao máximo. Caso essas queixas não desapareçam ou sejam persistentes podem ser manifestações de doenças mais complexas.


Náuseas e vômitos
São comuns no início da gestação. Quando ocorrem no final da gestação podem estar associados a doenças importantes, devendo ser sempre comunicado ao seu médico.
As orientações para a gestante são as seguintes: fracionar a dieta (comer mais vezes e menos a cada vez), evitar frituras, gorduras e alimentos com cheiro forte ou desagradável; evitar líquidos durante as refeições e ingerí-los de preferência nos intervalos.
Quando os sintomas forem muito frequentes seu médico irá avaliar a necessidade do uso de medicações.

Azia ou queimação
É comum a partir do segundo trimestre da gestação. Geralmente melhora com dieta fracionada, diminuindo as frituras, café, chá, pimenta, chimarrão, álcool e fumo.
Medidas gerais como não deitar após as refeições e elevar a cabeceira do leito também são benéficas.
A critério médico, a gestante poderá fazer uso de medicamentos.

Excesso de saliva
Muito comum no início da gestação, orienta-se deglutir a saliva e seguir mesmo tratamento indicado para náuseas e vômitos.

Fraquezas e desmaios
Podem acontecer após mudanças bruscas de posição e também quando a gestante ficar sem se alimentar. As gestantes não devem fazer jejum prolongado.
Geralmente deitar de lado (esquerdo preferencialmente) respirando calma e profundamente melhora a sensação de fraqueza e desmaio.

Hemorróidas
São comuns principalmente nos últimos três meses de gestação, após o parto e também em gestantes que já apresentavam o problema antes da gravidez.
As gestantes devem procurar manter o hábito intestinal regular (manter o intestino funcionando bem). Sempre que as fezes estiverem endurecidas, causando dificuldade para evacuar, as hemorróidas podem sangrar ou doer.
Dietas ricas em fibras e a ingestão de líquidos auxiliam o funcionamento dos intestinos.

Corrimento vaginal
O aumento do fluxo vaginal (corrimento) é comum em gestantes. O fluxo vaginal normal não causa coceira, mau cheiro, ardência ou dor nas relações. Consulte seu médico se apresentar os sintomas acima.
Quando ocorre ruptura da bolsa das águas (um dos sinais de parto) a paciente pode referir aumento do corrimento vaginal. É sempre necessário avisar seu médico quando houver suspeita de ruptura da bolsa com saída de líquido amniótico.

Queixas urinárias
O aumento do número de micções é comum na gestação, principalmente no início e no final da gestação por aumento uterino e compressão da bexiga. Como a infecção urinária é mais comum em gestantes, sempre que houver ardência para urinar, dor, sangue na urina ou febre seu médico deve ser comunicado.

Falta de ar e dificuldade para respirar
O aumento do útero e o aumento da frequência respiratória da gestante podem ocasionar esses sintomas. Geralmente o repouso, deitada de lado, alivia a sensação de falta de ar. Se houverem outros sintomas associados (tosse, febre, inchaço) pode haver doença cardíaca ou respiratória associada.

Dor nas mamas
As mamas aumentam de volume durante a gestação o que frequentemente causa dor.
A gestante deverá usar um sutiã com boa sustentação. O exame das mamas geralmente descarta problemas mamários mais graves.

Dor nas costas, dor lombar e dor articular
Durante a gestação as articulações ficam com maior mobilidade e isto frequentemente ocasiona dores nas costas e em articulações como o joelho e o tornozelo.
As gestantes geralmente têm uma postura que provoca dores nas costas (aumento da lordose lombar - colocar a barriga para frente e o quadril para trás). O aumento excessivo de peso também aumenta a incidência de dores osteoarticulares.

Dor de cabeça
Dores de cabeça mais frequentemente estão associadas a tensões, conflitos e temores, entretanto podem estar associadas a doenças mais sérias. Sempre deve ser afastada a presença de pressão alta. Seu médico avaliará a necessidade do uso de medicações.

Sangramento nas gengivas
Durante a gestação é mais comum o sangramento de mucosas (nasal, gengival) pois, além de uma maior vascularização nas mucosas, seus pequenos vasos sanguíneos ficam mais frágeis. A causa mais frequente de sangramento gengival é a inflamação crônica da gengiva.
A gestante deve escovar os dentes com escova macia, massagear a gengiva e passar fio dental. Esse sintoma deve ser relatado a seu médico (ocasionalmente pode estar associado a outros problemas da coagulação do sangue) e ao dentista.

Inchaço nas pernas
Principalmente no final da gestação ocorre inchaço de membros inferiores. Quando não estiver associado à perda de proteínas na urina e à pressão alta geralmente reflete o acúmulo de líquido característico da gestação.
Existem posições que dificultam o retorno venoso (volta do sangue das pernas para o coração). Gestantes com edema não devem ficar em pé (paradas) ou sentadas durante muito tempo. É recomendável exercitar as pernas (caminhar).
O edema diminui na posição deitada (preferencialmente sobre o lado esquerdo) e também com a elevação das pernas acima do nível do coração.
Outra medida importante é retirar anéis dos dedos da mão, pois ocasionalmente ocorre edema nas mãos e dificuldade de retirada desses adornos.

Cãibras
Podem ocorrer durante a gestação, geralmente após excesso de exercício. Quando ocorre, o músculo deve ser massageado, podendo-se aplicar calor no local.

Manchas na pele
Manchas escuras na pele podem ocorrer durante a gestação. Essas costumam diminuir em até 6 meses após o parto, entretanto em algumas mulheres persistem.
São manchas semelhantes àquelas que ocorrem pelo uso de anticoncepcional oral. Gestantes que apresentam essas manchas devem evitar a exposição ao sol.

Estrias
As estrias são resultado da distensão dos tecidos. Modo eficaz de preveni-las não existe. Não engordar muito é importante para diminuir sua incidência, entretanto existe predisposição individual a apresentar estrias.
Ainda que controverso, recomenda-se massagem com substâncias oleosas nos tecidos mais propensos a estrias (abdômen, mamas e coxas).
Seu médico poderá lhe indicar um creme para massagear a pele.
Sobre o mamilo não devem ser aplicados cremes. As estrias são inicialmente arroxeadas e com o tempo ficam branquicentas.

16 de set. de 2014

10 sinais indicam necessidade de procurar um especialista em reprodução humana

Para alguns casais, o caminho para formar uma família pode ser um pouco mais longo e com alguns obstáculos. A medicina oferece tratamentos que ajudam essas pessoas a conquistar o objetivo de serem pais. Mas, para que o especialista possa ajudar, é preciso que o casal fique atento a alguns sinais e aceite que é necessário buscar auxílio. Veja a lista realizada pelo Dr. Carlos Alberto Petta, ginecologista, obstetra e coordenador médico do Centro de Reprodução Humana do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo:


1. Período de tentativa
O tempo que o casal está tentando engravidar é o primeiro sinal que indica se deve buscar um especialista em reprodução. Existem dois períodos que variam de acordo com a idade da mulher. Se a paciente tem até 38 anos e está mantendo relações sexuais frequentes a mais de um ano, sem o uso de qualquer tipo de contraceptivo e não consegue engravidar, o casal deve procurar um especialista para que seja feita uma investigação da fertilidade de ambos. Caso a mulher tenha mais de 38 anos, esse tempo de tentativa deve cair para seis meses. Alguns médicos sugiram um semestre para pacientes já a partir dos 35 anos.
"Um fator muito importante do prognóstico é o tempo. Quanto maior for o tempo de tentativas de engravidar sem sucesso, menores são as chances de que este casal engravide por meio de técnicas mais simples. E maior o risco de ter que passar por uma fertilização in vitro", explica o médico.

2. Idade da mulher
A idade da mulher é outro fator que conta quando o tema é fertilidade. De acordo com Carlos Alberto, 40% das mulheres com 40 anos vão ter dificuldades para engravidar. O fenômeno acontece porque à medida que o tempo passa, a reserva ovariana da mulher diminui e qualidade das células, também.
"Quando a mulher chega aos 30 anos, a fertilidade começa a cair, mas lentamente. Depois dos 35 anos, essa queda passar a ser mais rápida. Por isso, quanto maior a idade, menor as chances de engravidar. E a pressa em investigar e tratar também é maior", afirma Carlos.

3. Tabagismo
O homem e a mulher fumante têm que se preocupar em procurar um especialista em reprodução humana se não conseguir engravidar em seis meses de tentativas frequentes e sem contraceptivos. O vício pode afetar a qualidade dos óvulos da mulher, causando o envelhecimento precoce das células. No homem, o cigarro pode diminuir a produção e qualidade de espermatozoides.

4. Obesidade
A obesidade é outro fator que pode ser considerado a causa, ou agravante, de um problema de fertilidade. O casal em que um dos parceiros ou ambos tiver problemas com a balança deve procurar ajuda medica depois de seis meses de tentativas para engravidar. A obesidade causa um desarranjo hormonal e influencia na produção de espermatozoides do homem e na ovulação da mulher.

5. Infecções
As infecções, como clamídia e prostatites, mesmo depois de curadas, podem deixar sequelas para a fertilidade humana. A clamídia, por exemplo, pode causar uma obstrução das trompas de falópio. E as prostatites, dependendo da intensidade, podem deixar o homem sem a presença de espermatozoides no sêmen, a chamada azospermia.

6. Endometriose
A endometriose também pode ser uma causa de problema de fertilidade. Por isso, mulheres que têm a doença precisam ficar atentas ao grau de dificuldade que terão para engravidar.
"A paciente que tratou uma endometriose não precisa esperar um ano de tentativas para procurar ajuda médica. Em seis meses, ela e o parceiro já podem passar por uma investigação", aconselha o médico. "A endometriose pode afetar a fertilidade da mulher de mais de uma forma. Uma delas é que a cicatrização da inflamação, causada pela presença de endométrio onde não deveria ter, pode comprometer as trompas."

7. Cirurgias ginecológicas
Mulheres que passaram por cirurgias ginecológicas, como de miomas e retirada de cisto de ovário, também devem ficar ligadas na hora de tentar engravidar. "O problema desses tratamentos é a cicatrização no aparelho reprodutor. O processo pode comprometer as trompas", exemplifica Carlos.

8. Menstruação irregular
Menstruação irregular é sinal de problemas de ovulação. De acordo com o obstetra, os ciclos da mulher têm que durar entre 25 e 35 dias. Quando a paciente apresenta algum distúrbio nos ciclos e está com dificuldade para engravidar, um especialista em reprodução humana deve ser procurado.

9. Diabetes
O diabetes é um distúrbio metabólico que pode causar problemas de fertilidade para o homem e para a mulher. Normalmente, quando a doença está controlada, a fertilidade também está em dia. Mas, se estiver entre altos e baixos, ela pode prejudicar a regularidade ovulatória da mulher e, no homem, a produção de espermatozoides e a capacidade de ereção.

10. Varicocele
Os homens que têm varicocele precisam ficar atentos ao período de tentativas para engravidar a parceira. Nos estágios mais agudos, a varicocele afeta a produção de espermatozoides e pode gerar dificuldades para realizar o sonho de formar uma família.

5 de set. de 2014

Entenda o que é a doação de óvulos

Uma das soluções que a medicina reprodutiva oferece à mulher com problemas de fertilidade é a doação de óvulos. Esse método, no entanto, traz algumas dúvidas e medos ao casal, muitas vezes semelhantes àqueles surgidos no caso de adoção clássica.


A ovodoação consiste em utilizar a célula reprodutora feminina vinda de um banco de óvulos e fecundá-la com o espermatozóide do pai por meio da fertilização in vitro . O embrião é depositado no útero da paciente, que não será mãe biológica da criança, mas passará pelo processo de gravidez.

Um dos maiores receios a respeito da doação é o de que a criança possa apresentar futuros problemas genéticos provenientes da mãe biológica. "Corre-se o risco de que venha algo a mais com que o casal não saiba lidar", afirma Alessandra S. Manoel Schmitt, psicóloga da Procriar Clínica de Fertilização Assistida, em Blumenau (SC).

Outra preocupação da mulher é se ela será capaz de sentir o filho como de fato dela. Um dos questionamentos levantados diz respeito, por exemplo, à aparência do filho. "Nesses casos, a gente pesa a dúvida. É importante para ela como mãe que o filho se pareça com ela?", pontua Alessandra.

Ela ressalta que a vivência com os pais e a família faz com que o filho apresente muitas das características comportamentais deles. "E o material genético também é do pai", lembra. "Mas, caso a aparência seja importante, a gente orienta que o casal procure alguém o mais parecido possível", diz ela. Algumas características da doadora constam nos bancos de óvulos, como aspectos físicos e o tipo sanguíneo.

Muitas mulheres que recebem doação de óvulos já passaram por outros procedimentos de fertilização que não foram bem-sucedidos. Por isso, por mais que essas questões pesem, elas já têm isso resolvido. "Querem tanto ser mãe que já falam que não têm dúvidas. Já passaram pelo processo de decisão", conta a psicóloga. Para esses casais, a doação de óvulos aparece como uma nova luz.

Há, entretanto, os casais que hesitam optar pelo procedimento. Para eles, a orientação psicológica pode ser benéfica. "A decisão jamais será da psicóloga. A gente apenas pontua tudo o que é positivo ou não", ressalta Alessandra.

"É importante procurar ajuda. Conversar com os médicos, ouvir mais de uma opinião. Buscar informações na internet é válido, mas é importante que o casal tenha em mente que a história de cada um é a história de cada um", afirma.

A psicóloga também orienta que o casal discuta entre eles sobre o assunto. "A decisão não é só dela, é do casal. Os dois estão em tratamento. O homem também tem um sofrimento muito grande, porque não tem controle do processo", lembra.

2 de set. de 2014

Menopausa precoce diminui chance de gravidez natural

Cerca de 1% a 3% das mulheres apresentam menopausa precoce, quadro que torna as chances de gravidez natural praticamente nulas. As técnicas de reprodução assistida, no entanto, costumam ter as mesmas taxas de sucesso nessas mulheres.


As ondas de calor, as alterações de humor e as dores de cabeça são os principais sintomas da menopausa, muito conhecidos das mulheres. Algumas delas, no entanto, podem apresentá-los bem antes da hora.

A menopausa é caracterizada pela parada do funcionamento dos ovários, os óvulos não são mais produzidos e o nível de hormônios essenciais para a gravidez cai. O normal é que isso aconteça entre os 45 e os 55 anos. Ela é caracterizada como precoce quando acontece antes dos 40 anos, mas pode ocorrer desde a adolescência. A incidência, no entanto, aumenta com a idade, aos 30 anos, uma em cada mil mulheres apresenta o quadro.

Muitas das causas da menopausa precoce não são detectadas. Algumas doenças genéticas estão relacionadas, principalmente aquelas do cromossomo X, como a síndrome de Turner. As doenças autoimunes também podem provocar a doença, geralmente as associadas à tireoide, como a Tireoidite de Hashimoto. Não há consenso no meio médico se as cirurgias que danificam ou retiram parte do ovário também são causa de menopausa precoce.

O tabagismo também estaria relacionado ao problema. "O cigarro pode diminuir o tempo de funcionamento dos ovários. Algumas pessoas vão fumar e não vai acontecer nada, mas, em geral, pode haver um prejuízo", diz o ginecologista Edward Carrilho, da Clínica Engravida, de São Paulo.

Os sintomas da menopausa precoce são os mesmos da que acomete as mulheres após os 40 anos. "São os normais, mas não nessa idade. É isso que assusta as mulheres", afirma o médico. É comum também que elas apresentem dificuldades de ter relações sexuais, devido à secura vaginal ou quadros depressivos.

A falência do ovário muito antes do tempo traz maiores riscos a essas mulheres. Elas teriam mais chances de desenvolver catarata ou osteoporose, por exemplo. Já o tratamento de reposição hormonal, ao ser iniciado mais cedo, poderia levar a maiores chances de desenvolvimento do câncer de mama.

Não há como impedir a menopausa precoce. É possível, no entanto, fazer um diagnóstico precoce, caso seja conhecido um histórico familiar ou uma doença relacionada. A mulher pode fazer exame de reserva ovariana, ultrassom e acompanhamento de ovulação. Também é importante fazer exames de detecção de doenças genéticas. "Se a pessoa não tem histórico, normalmente ela só procura o médico com o quadro de falência ovariana instalado. E esse é um quadro em que a gente não consegue estimular o ovário, então ela não consegue engravidar", diz Edward.

Se a mulher estiver ainda no quadro de insuficiência ovariana, isto é, não tiver entrado definitivamente na menopausa precoce, é possível engravidar naturalmente, embora seja mais difícil.

Caso ela não queira engravidar no momento, mas tenha a intenção de fazê-lo no futuro, é possível se prevenir com o congelamento de embriões ou óvulos. Segundo o médico, o congelamento de embriões seria o mais indicado. "As técnicas de congelamento laboratorial melhoraram muito, mas o congelamento dos embriões ainda tem mais taxas de gravidez melhores", explica.

Quando o diagnóstico não é feito precocemente, há ainda a possibilidade da doação de óvulos. É feito antes o tratamento de reposição hormonal com medicação via oral para recuperar a dimensão do útero, que costuma ficar reduzido. "Por volta de dois a três meses, o útero já atingiu o tamanho normal e a taxa de gravidez é igual", conta o médico.